sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Ela vem, ela chegará, aqui já está

MÚSICA DO POST


Ela vem, ela chegará, aqui já está
O medo que temos dela nos alerta
O respeito que por ela temos, nos esconde
Ela vem, ela chegará, aqui já está
Um passo por esta porta aberta
Nas chamas no chama onde
Medo impera
Amor espera
Vaidade acaba
A cabra berra
A foice atinge a terra
Sanidade baba
Ela vem, ela chegará, aqui já está


Nossa cultura não é treinada para olhar nos seus olhos, na verdade procuramos esquece-la. Quando aparece geralmente queremos saber os detalhes doloridos. O colorido se vai. Dizem que é escura e fria. Quando na verdade a única certeza que temos é de que ela vem e é desconhecida.

Ela é a rainha da saudade
Coloca o fim na vaidade
Vai idade vem idade
Chega sem aviso, é quase maldade

Ouvi uma história de um senhor calmo. Ele tinha uma casa bonita, construída com muito trabalho no campo. Não chegava a ser uma fazenda, digamos que ele apenas tinha um grande jardim, e um enorme quintal.  Em um desses domingos iluminados pelo sol, calmos pelas pessoas e gostosos pela comida esse senhor estava almoçando com sua família. Filhos e netos. Ele via ali sua maior contribuição para o mundo, pessoas.
Depois de almoçar, saborear a sobremesa, acariciar os cabelos da cabeça de sua neta de sardinhas, ele sobe para dormir um pouco, tirar uma “torinha”. Está cansado. Uma tarde quente, luz ilumina suavemente o quarto,  vento brinca com as cortinas azuis. Ele deita, dorme, morre.

Assim que todos queremos ir não é?  


5 comentários:

  1. Sua sensibilidade é... linda. É lindo o seu jeito de ver e expressar as coisas desse mundo e de todos os outros. Tenho orgulho de ser sua namorada, tenho orgulho de amar você.

    Te amar de pertinho, até que nem ela nos separe.

    ResponderExcluir
  2. Fábio, amei este texto, achei lindo! parabéns...realmente, a tão temida e inevitável morte não deveria nos assustar tanto não é mesmo? acho que o medo mesmo é da saudade que ela causa...
    Bjao
    Su

    ResponderExcluir